Nos
últimos dias tenho visto nos noticiários algo que me intrigou de certa forma, e
acredito ser algo que divide opiniões, quanto a essência, objetivo e lógica de
tal questão, falo sobre a “marcha das Vadias”, a qual vem realizando algumas
manifestações em alguns lugares do mundo e espalhando idealismos por onde
passa.
Esta
manifestação polemica tem como principal forma de protesto sugerir que as
mulheres tirem as blusas e deixem os seios a mostra como um meio de expressar a
sua liberdade e provar que podemos fazer o que quisermos com o nosso corpo.
Esta atitude foi iniciada no Canadá após um comentário, no mínimo, imbecil e
machista de um policial que disse que as mulheres teriam que evitar o estupro e
não se vestir como vadias! Daí a ideia deste nome sugestivo.
Diante
de tal fato me questiono, afinal mesmo diante de tantas conquistas e melhorias
quanto aos direitos femininos, ainda é muito comum ouvirmos comentários como
estes, ou seja, temos que “evitar” sermos agredidas, é como dizer ao cidadão
para não usar seu carro para não ter ele roubado, ou coisas do tipo, é algo
absolutamente inaceitável. Sem contar que o mesmo admirador da sua beleza, e incentivador
da escravização da ditadura da moda, te ofende e afirma que você é “vadia”,
condenando a atitude que ora aprova e ora deprecia, como o dono da verdade e
das nossas vontades.
Neste
espaço masculino nos vemos cada vez mais obrigadas a seguir certos padrões
impostos pela mídia, são novelas e programações direcionadas a construção do
comportamento feminino, e masculino também, assim pessoas são domesticadas
desde crianças a decidir o que é “bonito“, e o que não é, e como se fossemos
uma série criada e moldada apenas para satisfazer as vontades do “outro” e que
nada devemos a nós mesmos, como construção de caráter, direitos e deveres
sociais, apenas denominadas produto de satisfação sexual.
Por
vezes me percebo como uma invasora, ou apenas agregada em um mundo produzido
para os homens, como se precisássemos estar direcionadas as preferencias deles
tempo inteiro, e de nada valesse o que sentimos ou pensamos, e infelizmente as
pessoas estão tão alienadas na sexualidade que não se percebem como parte de um
todo a partir de outros atributos. No entanto é inegável afirmar o quanto é bom
se sentir bem, e se perceber agradável, mas isso não precisa ser uma regra,
além disso, jamais agradaremos a todos os gostos, isto é impossível! Nossos
objetivos não podem ser construídos somente a partir de futilidades, também precisam
ter fundamentos profundos e de valores produtivos para a humanidade.
Em meio a este quadro social
muitas pessoas não entendem a manifestação como valida para a construção de
novos parâmetros sociais, não creio ser o único meio para a conquista desses
direitos, mas foi um modo de chamar a atenção para esta realidade inserida e
impregnada no “seio” social. Dessa forma nos “olham”, mesmo que inicialmente por
curiosidade, mas em seguida percebem a proposta do protesto. Na verdade seria
excelente que a mídia que tanto faz e desfaz conceitos ajudassem realmente a
sociedade, e parassem de buscar “musas” para tudo! Somos mulheres em busca da
liberdade de expressão, do amor e do sexo, sem ser julgada, ou condenada por
isto, afinal pagamos nossos impostos, somos cidadãs comuns e não queremos
guerras dos sexos, apenas o merecido a todos.
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