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terça-feira, 3 de julho de 2012

EXPRESSÃO DE LIBERDADE


Nos últimos dias tenho visto nos noticiários algo que me intrigou de certa forma, e acredito ser algo que divide opiniões, quanto a essência, objetivo e lógica de tal questão, falo sobre a “marcha das Vadias”, a qual vem realizando algumas manifestações em alguns lugares do mundo e espalhando idealismos por onde passa.

Esta manifestação polemica tem como principal forma de protesto sugerir que as mulheres tirem as blusas e deixem os seios a mostra como um meio de expressar a sua liberdade e provar que podemos fazer o que quisermos com o nosso corpo. Esta atitude foi iniciada no Canadá após um comentário, no mínimo, imbecil e machista de um policial que disse que as mulheres teriam que evitar o estupro e não se vestir como vadias! Daí a ideia deste nome sugestivo.

Diante de tal fato me questiono, afinal mesmo diante de tantas conquistas e melhorias quanto aos direitos femininos, ainda é muito comum ouvirmos comentários como estes, ou seja, temos que “evitar” sermos agredidas, é como dizer ao cidadão para não usar seu carro para não ter ele roubado, ou coisas do tipo, é algo absolutamente inaceitável. Sem contar que o mesmo admirador da sua beleza, e incentivador da escravização da ditadura da moda, te ofende e afirma que você é “vadia”, condenando a atitude que ora aprova e ora deprecia, como o dono da verdade e das nossas vontades. 

Neste espaço masculino nos vemos cada vez mais obrigadas a seguir certos padrões impostos pela mídia, são novelas e programações direcionadas a construção do comportamento feminino, e masculino também, assim pessoas são domesticadas desde crianças a decidir o que é “bonito“, e o que não é, e como se fossemos uma série criada e moldada apenas para satisfazer as vontades do “outro” e que nada devemos a nós mesmos, como construção de caráter, direitos e deveres sociais, apenas denominadas produto de satisfação sexual.

Por vezes me percebo como uma invasora, ou apenas agregada em um mundo produzido para os homens, como se precisássemos estar direcionadas as preferencias deles tempo inteiro, e de nada valesse o que sentimos ou pensamos, e infelizmente as pessoas estão tão alienadas na sexualidade que não se percebem como parte de um todo a partir de outros atributos. No entanto é inegável afirmar o quanto é bom se sentir bem, e se perceber agradável, mas isso não precisa ser uma regra, além disso, jamais agradaremos a todos os gostos, isto é impossível! Nossos objetivos não podem ser construídos somente a partir de futilidades, também precisam ter fundamentos profundos e de valores produtivos para a humanidade.

 Em meio a este quadro social muitas pessoas não entendem a manifestação como valida para a construção de novos parâmetros sociais, não creio ser o único meio para a conquista desses direitos, mas foi um modo de chamar a atenção para esta realidade inserida e impregnada no “seio” social. Dessa forma nos “olham”, mesmo que inicialmente por curiosidade, mas em seguida percebem a proposta do protesto. Na verdade seria excelente que a mídia que tanto faz e desfaz conceitos ajudassem realmente a sociedade, e parassem de buscar “musas” para tudo! Somos mulheres em busca da liberdade de expressão, do amor e do sexo, sem ser julgada, ou condenada por isto, afinal pagamos nossos impostos, somos cidadãs comuns e não queremos guerras dos sexos, apenas o merecido a todos. 

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