A
liberdade de expressão pode ser considerada fundamental para o ser humano, este
ser pensante que modifica e se acomoda a ambientes diferenciados traz em sua
complexidade a necessidade de expor as suas vontades e opiniões e faz isso de
formas diversificadas. A arte, meio mais comum para fazer esta fusão de
pensamentos e ações pode tornar-se mocinho ou vilão dessa historia, dependendo
de como é notada, apresentada e como o meio social a entende.
A nova moda do momento, mais conhecida como “Rolezinhos”
nos shoppings em São Paulo tem dado o que falar, muitas vezes amparada por um
discurso de expressão como forma de liberdade alguns jovens estão convencidos
de que tal atitude é no mínimo aceitável. Talvez para mostrar a sua “força”, ou
como podem ser organizados através das redes sociais ou somente para dançar um
funk em lugares inusitados, o fato é que este assunto está dando o que falar, e
os estabelecimentos se preocupam, os frequentadores se assustam e o país mostra
para o mundo a sua realidade cultural.
Creio
que não se pode nem deve defender a diferença social porque ela é podre, afeta
as pessoas de forma desleal, e o capitalismo apenas ensina como ser ou nos
tornar maus como pessoas, esquecer o coletivo, e se corromper sempre se esquecendo
do próximo.
Creio
que o problema é saber que o tal rolezinho no shopping nem de longe está
debatendo a desigualdade social, e é isso que me entristece, não tem nada a ver
com politica ou luta por mudanças, é desordem apenas por diversão diante do
medo e desespero de pessoas tão castigadas quanto eles. Não existe um
embasamento politico, mesmo por que os jovens brasileiros já aprenderam a odiar
politica desde que nasceram e mesmo ainda tão jovens já apenderam a usar
bebidas e drogas ou qualquer outro meio de alienação para “fugir” de suas
responsabilidades como cidadão, afinal todos nós temos, ou devíamos ter.
Mas
ninguém quer cuidar dos filhos da nação, nem seus pais, avós ou o governo,
todos estamos desamparados ora pela corrupção, ora descaso ou descuido. Assim o
que resta são as consequências de valores distorcidos por uma sociedade
desigual que nos torna vitimas das vitimas. Todos castigados por ser pobre ou não
ter o mínimo de conhecimento para compreender certas atrocidades sociais,
nestes momentos prefiro usar uma conhecida frase de Raul Seixas. “Preferia ser
burro para não sofrer tanto”.
É
preciso ensinar ao jovem a ter limites, e isto não significa limitar os seus
pensamentos ou atitudes, mas ensina-lo que para obter sucesso é preciso
direcionamento, para isso não é necessário apoiar a conviver com a miséria que
lhe for designada, mas lutar pelos seus direitos de melhorias não pode estar na
destruição dos direitos do próximo, afinal todos são cidadãos e merecem
respeito.
Não existem duvidas quanto a vontade e
capacidade do jovem de mudar o meio em que vive, a liberdade de expressão
merece e deve ser usada, mas jamais de forma desorientada, pois a maioria esta
longe da educação, e falo de escola mesmo, de conhecimento acadêmico e
realidade politica, como se isso não precisasse fazer parte da realidade de
pobre.
Acredito que as autoridades devem cuidar dessa cultura errônea e carente,
pois apoiar o vandalismo e depois mandar os representantes fardados atacar os
infratores é muito mais fácil do que orientar e apresentar caminhos de reais
substâncias. Cada um ouve e curte a musica que deseja, mas pobre também precisa
ter opções e não estar limitado a ouvir letras de apoio ao capitalismo,
ostentação e negação do coletivo. Brasil mostra a tua cara.
Grazy
Nazario - MTB. 74588/SP.
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