Nesta semana tive conhecimento de um fato, no mínimo revoltante para uma mulher. Publicamente uma das conhecidas “panicat” do programa de televisão Pânico, se permitiu ter o cabelo raspado de forma gratuita, apenas com a intenção de demonstração tola da superioridade masculina. Mesmo depois de diversas batalhas vencidas e superadas pelos direitos da mulher, ainda não é raro eventos como este na televisão, a busca incessante pela audiência provoca, induz e estimula os nossos jovens a seguir, por muitas vezes um caminho sem volta diante das próprias escolhas, opções e condutas.
Este programa a qual me refiro tem audiência comum entre os jovens, alias, foi a minha sobrinha de 15 anos quem comentou o ocorrido comigo, além disso, mencionou como foi a repercussão entre os colegas, e me alegrou muito, ao afirmar que a grande maioria abominou a atitude dos integrantes do programa e da postura da mulher, que age de forma totalmente submissa e sem o mínimo de amor próprio. É notável a despreocupação de programas como estes, e ainda mais lamentável as mulheres que se sujeitam a tais atos, como se este fosse o único caminho do sucesso e admiração profissional, afinal é possível usar o corpo em beneficio do trabalho, mas não é o único caminho, e não necessariamente precisamos esquecer que temos cérebro, opinião e vontades. Mas o que acontece com estas mulheres é simples, vivemos sob uma cultura machista que permanece muito presente nas brasileiras, portanto se uma ou duas mulheres se recusar a sofrer tais humilhações, outras certamente aceitarão, este é um meio rápido de conquistar fama, e é disso que o povo gosta!
Temos nos dias atuais mulheres no setor politico, educacional, cientifico, entre outros. Na verdade é difícil encontrar uma área de atuação em que a mulher não esteja inserida, e isto é excelente para nosso cardápio de opções. A exploração da beleza feminina é algo comum, que não pode, nem deve ser extinto, mas que não precisa ser banalizado e considerado o único ou principal atributo da mulher, afinal como disse Rita Lee, brasileira não é só bunda!
Atitudes como a desse programa contribuem para uma sociedade que estimula cada vez mais a formação de jovens anorexias e infelizes, apreciam a desvalorização da própria inteligência e capacidade, reduzindo as qualidades da mulher a um corpo esculpido de acordo com as preferências da mídia! No entanto graças a Deus não podemos contar somente com esta programação esdruxula e sem conteúdo, pois ainda existe programação direcionada a mulheres que se admiram e se reconhecem como parte fundamental na construção de uma nova realidade social. Na minha opinião, promiscuidade e sexualidade gratuita deveriam ser proibidas na televisão, não apenas por expor a figura feminina de forma vulgar e incapaz, mas principalmente por ser formadores de opinião da juventude atuante e atual, que se baseia em atitudes e referenciais totalmente desrespeitosos, e não somente com as mulheres mas em diversas situações diante de seu semelhante. Creio que a juventude por si só já garante conflitos em demasiado, e não é preciso salientar situações de extremo mau gosto e que de nada contribuirá para a vida desse jovem, pelo contrario, irá apenas estimular a reproduzir atos de desrespeito. Abaixo a sexualidade gratuita e a desvalorização da mulher!
Nenhum comentário:
Postar um comentário