Desde
criança buscava em minha vida que as pessoas respeitassem e ouvissem o que eu
pensava, questionamentos como o porquê os homens podiam fazer certas coisas e
as mulheres não! Por que os negros eram tratados de modo diferente, por que
algumas pessoas eram consideradas bonitas e outras não... Eu queria entender
por que alguns eram ouvidos e outros ignorados.
Na
tentativa de buscar entender porque a sociedade excluía tantas pessoas, eu escrevia,
lamentava, sofria, e até brigava com muitas pessoas tentando fazer com que elas
entendessem que uma MULHER desejava fazer coisas além do que determinavam a
maioria das pessoas, e nada acontecia, na verdade eu queria escolher o que
fazer com a minha própria vida, e em meu circulo de convivência raramente
alguém me dava atenção, muitos me chamaram de sonhadora, e sim, creio que
sempre fui mesmo, mas não entendia por que tratavam mulheres, negros e gays
como se fossem diferentes dos homens “normais”, afinal era assim que eu os
enxergavam.
Com
o passar dos anos grandes mudanças aconteceram, chorei de emoção quando pude
contribuir para a histórica candidatura da Primeira Mulher Presidente do
Brasil, quando a Lei Maria da Penha finalmente saiu do papel e pode enfim
contribuir com milhares de mulheres, e assim foi com grandes conquistas dos
negros, gays, e assim prosseguem as pequenas vitórias das minorias
discriminadas, inclusive por membros de seus grupos sociais.
No
entanto, hoje percebo que a mudança mais complexa, difícil e essencial é a da
sociedade, no caso do machismo, as pessoas precisam aceitar e respeitar que as
mulheres têm as próprias vontades e isto acontece de forma individual, é
preciso que aconteça dentro de cada um, mas principalmente com as mulheres.
É
primordial nos aceitarmos como parte fundamental da humanidade, e sim somos tão
importantes quanto os homens! Não precisamos manipular ou dominar nada nem
ninguém, precisamos ter opinião, oportunidades, respeito por nossas companheiras
e força de vontade. E os homens? Estes
precisam ser amigos, companheiros, jamais concorrentes para uma disputa,
queremos caminhar lado a lado.
É
claro que somos diferentes dos homens, se fossemos todos iguais não teria a
menor graça! O que desejamos é apenas ter o direto de escolha sem sermos
julgadas ou estereotipadas de modo machista e ofensivo, e é nas diferenças que
estão os grandes desafios de viver e aprender com o próximo.
São
tantos os assuntos e questionamentos relacionados ao da internacional da mulher
que me embaraço, ainda desejo ser respeitada, não quero e nem preciso de
cartilha de bons comportamentos femininos, o melhor para as mulheres são também
para os homens, para uma sociedade harmoniosa e respeitosa, os direitos e
obrigações são iguais para todos.
E
se gostaria de receber flores de um bom cavalheiro? Com certeza! Não sou contra
receber flores no dia da Mulher ou em qualquer outra data, sou contra pensar
que este gesto comprará as nossas ideias e vontades de viver como
merecemos. Desejo a todas as mulheres
muito respeito e admiração, e respeito às diferenças para uma igualdade justa.
Grazy Nazario.
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