Quando
se fala em sessão nostalgia a minha fase preferida sem nenhuma duvida é a
infância, talvez por ter aproveitado muito bem a minha, não me canso de dizer o
quanto gostaria de ter 9 anos para sempre, é sim, a síndrome do Peter Pan
existe em mim. Mas é claro que crescer é preciso e inevitável, mesmo adorando
todas as brincadeiras e vivenciar descobertas, as transformações acontecem com
ou sem o nosso consentimento, o grande vilão “tempo” não obedece as nossas
vontades, e nos restam apenas memorias.
Claro
que esta fase reflete no adulto que nos tornamos e muitos valores aprendidos na
infância nos acompanham ao longo de nossa vida. Sendo assim entendo quando os
pais tentam passar para seus filhos o que lhe foi ensinado na infância, é
normal tentar repassar para a nova geração o que foi bom para nós. Desde
brincadeiras, brinquedos ou comportamentos, assim tentamos estabelecer a todo o
tempo o que acreditamos ser o “certo”.
No
entanto ao falar, ensinar ou repassar conteúdos, condutas e valores as pessoas se
esquecem de que o tempo passou, e não se vive mais na realidade da sua
infância, muitas coisas mudaram e sofreram transformações, esta é a lei da
vida. E ninguém é obrigado a aprender como você aprendeu ou a gostar das mesmas
coisas que você, trata-se de seres que pensam e sentem.
Na
era da tecnologia as crianças não são como as gerações anteriores, o antigo
modelo se perdeu na estante empoeirada do tempo em que computadores e
eletrônicos ou não existiam ou não era coisa de “gente pequena”. Enquanto na
Nova Era este é um publico importante dos fabricantes e comerciantes de
eletrônicos e acessórios.
As
crianças do século XXI reclamam, questionam seus pais, parentes e professores,
e quando as duvidas são não inteiramente esclarecidas perguntam ao novo “pai
dos burros” chamado Google. É isso minha gente, os tempos mudaram, e estranho
seria permanecer tudo igual, sem novos desafios ou descobertas, como se o tempo
não tivesse passado e as coisas não evoluíssem de forma natural.
As bonecas, carrinhos e brinquedos dos velhos
tempos ainda existem e continuam em alta, mas não como antes, as opções estão
cada vez mais variadas. E as
brincadeiras acontecem, mas cada vez mais dentro de casa, ainda se brincam de
pular corda, pique esconde, entre outras brincadeiras tradicionais, não tem
jeito algumas coisas permanecem por que são coisas de criança e ponto final.
A
infância é muitas vezes corrompida, mas não apenas pelas tecnologias que a cada
dia alienam e direcionam o comportamento e o pensamento de nossas crianças,
assim como a televisão e outros meios, na verdade como dizia a minha avó
“moderação e canja de galinha não faz mal a ninguém”. Outras situações como a sexualidade
precoce de meninos e meninas cada vez mais influenciados pela ostentação e
exemplos “bem sucedidos” de dinheiro fácil e valores distorcidos de amor, amizade
e poder. É o capitalismo condicionando e estabelecendo as suas vitimas desde o
berço.
Lamento pelos que por algum motivo tiveram ou
tem a infância roubada ou invadida, pois terão mais chances de se tornar um adulto frustrado.
No entanto acima dos problemas, ser
criança é um estado de vida, é ter um misto de criatividade, liberdade e
inocência, quem vive a infância como se deve, na verdade tem muita sorte e terá
alegria para se lembrar sempre. Mesmo não sendo dono do tempo, mantenha algo de
criança em você e a sua essência estará salva.
Grazy Nazario.
Mtb: 0074588/SP
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