Ainda
me lembro da aflição que senti quando foi preciso escolher o meu curso
Universitário, diante de tantas opções eu não conseguia decidir entre Direito e
Artes, para a minha percepção de recém-formada no ensino médio, as duas coisas
estavam tão próximas que era impossível enxergar alguma diferença entre
processos judiciais e obras de artes conceituadas pelos museus da Europa. Cada curso
com suas complexidades e problemáticas me atraiam, e outras opções também
fizeram parte deste emaranhado pra dar mais dramaticidade ao momento.
Após
decidir que Direito seria a minha área escolhida outro problema surgiu, era um
dos cursos mais caros da Universidade, e eu com toda a minha teimosia só queria
se fosse aquele, assim adiei o inicio no ensino superior e fui trabalhar para
conseguir o combustível do capitalismo, o dinheiro.
Diante
dessa realidade é incrível perceber como o tempo passa e algumas situações não
mudam, são novos jovens com os velhos problemas e as mesmas dúvidas, em suas
diversas crenças e condutas, mas que pouco facilita na hora das escolhas e dos
resultados. Neste momento lembro-me da Elis Regina quando disse: “Ainda somos
os mesmos e vivemos como os nossos pais”.
É
claro que é perfeitamente aceitável certa aflição durante todo o processo
enfrentado pelos jovens em época de vestibular, a pressão pela escolha precoce
de algo que teoricamente deverá ser para toda a sua existência chega a ser desumano,
é como se a sua vida fosse resumida em algumas opções de graduação. Afinal
temos o direito de mudar de ideias, ampliar horizontes e perceber novos
conceitos, e isto se conquista através da maturidade, algo que não acontece
quando se acorda com dezoito anos, é o tempo que forma isso a cada dia em nós.
Creio
que as duvidas são uma dadiva oferecida à humanidade, assim podemos escolher
melhor, se aprimorar, mudar as direções,
ou se deparar com novas opções. E ninguém se torna um fracassado por mudar de
ideia no meio do caminho, afinal nada é definitivo, a não ser a morte.
É
uma missão difícil ter que optar entre estudos acadêmicos e cobranças, à festas
e baladas, aquele carro novo, ou a tão
sonhada viagem, até mesmo se casar e ser “feliz para sempre” se une ao grande
leque de possibilidades desta idade abençoada. Além disso, ainda conviver com a
pressão dos pais quando já são profissionais nisso ou naquilo, ou aquele irmão
nerd que passou em um dos melhores vestibulares, também tem aquela carreira
artística sem credibilidade e que não ganha tanto, mas faz seu coração pulsar
mais forte. Mas é isso, a vida é feita de escolhas.
Gostaria
de verdade que todos os estudantes tivessem a oportunidade, o interesse, ou
somente o direito real de se dedicar aos estudos, proporcionar a si algo além
do que o sistema nos oferece, pois graduados ou não, todos estaremos no sistema
de alguma forma. Se entregar ao conhecimento é magico, é transpor barreiras que
você sequer sabia que existiam, situações assim faz você sentir-se mais capaz
do que acreditava ser até então.
Assim
aconselho aos vestibulandos que fiquem tranquilos na hora da escolha, ouça a
intuição, o coração, a razão e os pais (eles ficam felizes quando fazemos isso).
Não tente eliminar as duvidas todas de uma vez, elas nos acompanham a vida toda.
No dia do vestibular fique seguro, leve agua e faça o seu melhor.
Ah
sim. Mais tarde escolhi Artes.
Texto:
Grazy Nazario.
Mtb: 0074588/SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário