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domingo, 13 de outubro de 2013

É tempo de escolhas

Ainda me lembro da aflição que senti quando foi preciso escolher o meu curso Universitário, diante de tantas opções eu não conseguia decidir entre Direito e Artes, para a minha percepção de recém-formada no ensino médio, as duas coisas estavam tão próximas que era impossível enxergar alguma diferença entre processos judiciais e obras de artes conceituadas pelos museus da Europa. Cada curso com suas complexidades e problemáticas me atraiam, e outras opções também fizeram parte deste emaranhado pra dar mais dramaticidade ao momento.

Após decidir que Direito seria a minha área escolhida outro problema surgiu, era um dos cursos mais caros da Universidade, e eu com toda a minha teimosia só queria se fosse aquele, assim adiei o inicio no ensino superior e fui trabalhar para conseguir o combustível do capitalismo, o dinheiro.

Diante dessa realidade é incrível perceber como o tempo passa e algumas situações não mudam, são novos jovens com os velhos problemas e as mesmas dúvidas, em suas diversas crenças e condutas, mas que pouco facilita na hora das escolhas e dos resultados. Neste momento lembro-me da Elis Regina quando disse: “Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais”.

É claro que é perfeitamente aceitável certa aflição durante todo o processo enfrentado pelos jovens em época de vestibular, a pressão pela escolha precoce de algo que teoricamente deverá ser para toda a sua existência chega a ser desumano, é como se a sua vida fosse resumida em algumas opções de graduação. Afinal temos o direito de mudar de ideias, ampliar horizontes e perceber novos conceitos, e isto se conquista através da maturidade, algo que não acontece quando se acorda com dezoito anos, é o tempo que forma isso a cada dia em nós.

Creio que as duvidas são uma dadiva oferecida à humanidade, assim podemos escolher melhor,  se aprimorar, mudar as direções, ou se deparar com novas opções. E ninguém se torna um fracassado por mudar de ideia no meio do caminho, afinal nada é definitivo, a não ser a morte.

É uma missão difícil ter que optar entre estudos acadêmicos e cobranças, à festas e baladas,  aquele carro novo, ou a tão sonhada viagem, até mesmo se casar e ser “feliz para sempre” se une ao grande leque de possibilidades desta idade abençoada. Além disso, ainda conviver com a pressão dos pais quando já são profissionais nisso ou naquilo, ou aquele irmão nerd que passou em um dos melhores vestibulares, também tem aquela carreira artística sem credibilidade e que não ganha tanto, mas faz seu coração pulsar mais forte. Mas é isso, a vida é feita de escolhas.

Gostaria de verdade que todos os estudantes tivessem a oportunidade, o interesse, ou somente o direito real de se dedicar aos estudos, proporcionar a si algo além do que o sistema nos oferece, pois graduados ou não, todos estaremos no sistema de alguma forma. Se entregar ao conhecimento é magico, é transpor barreiras que você sequer sabia que existiam, situações assim faz você sentir-se mais capaz do que acreditava ser até então.  

Assim aconselho aos vestibulandos que fiquem tranquilos na hora da escolha, ouça a intuição, o coração, a razão e os pais (eles ficam felizes quando fazemos isso). Não tente eliminar as duvidas todas de uma vez, elas nos acompanham a vida toda. No dia do vestibular fique seguro, leve agua e faça o seu melhor.
Ah sim. Mais tarde escolhi Artes.


Texto: Grazy Nazario.
Mtb: 0074588/SP

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