A
semana da consciência negra recentemente passou a fazer parte do cotidiano dos
brasileiros, porém meio a um feriado que muito agrada, ainda existem embates
quanto aos seus significados. A data que
traz a intenção de inserir aos poucos a que veio, convive numa realidade
cultural cruel, seus significados de reconhecimento e retratação histórica na
pratica são pouco explorados, e o senso comum ainda vence, o racismo brasileiro é forte e lamentável.
Para
a maioria das pessoas o dia da
consciência negra é uma banalidade, apenas um feriado para “matar” o
trabalho, sempre de modo pejorativo tais comentários já fazem parte de uma
cultura que promove a banalização da humanização, afinal não apenas os negros e
descendentes merecem respeito quanto ao que são, mas também mulheres em seus movimentos
feministas, assim como, os homossexuais e todos os grupos de minorias em busca
de seus direitos civis também entram nesta briga, parece ser utopia o respeito
às preferencias das pessoas, ou até mesmo quanto a sua natureza, na terra dos “perfeitos”
o que não está nos padrões é descartado e julgado.
Em
um país onde existe um numero tão grande de afrodescendentes, é assustador
presenciar o racismo como algo comum, convivemos com atitudes desde maus tratos
à soberba, é a minoria cruel frente à maioria frágil por preconceitos
enraizados na cultura de todos. É como ensinar todos os dias o quanto você é
fraco, mesmo sendo capaz, é a predominância dos poucos fortes sobre os grandes
fragilizados pelas determinações e preconceitos que predominam e contaminam os
próprios oprimidos, os fazendo praticar o mal a si mesmo.
A
sociedade que denigre e reproduz pensamentos ainda dos tempos da escravidão
pouco sabe sobre Zumbi dos Palmares e as suas batalhas, ou as grandes
conquistas subsequentes alcançadas às custas de sacrifícios de grandes nomes da
historia, são diversos os movimentos que acercam as grandes vitorias que
contribuíram para a atual situação dos negros.
A
cultura europeia ainda é muito presente em nosso cotidiano, somos ensinados nas
bases da educação a admirar e qualificar apenas o trabalho ou a beleza dos
brancos como um único referencial, e dessa forma aprendemos a desvalorizar a
própria produção, como se fosse inferior, e não compreendemos que são apenas
diferentes, e que isto é uma dadiva, a diversidade é o maior bem cultural da
humanidade.
Os
absurdos do mundo precisam ser enfrentados, é uma questão de respeitar ao
próximo como a si mesmo, a bandeira da “cultura humana” precisa acontecer, e
mesmo que muitas situações existam independentes de nós, cada um escolhe o que
deseja reproduzir, e qual tipo de pessoa deseja ser.
Apesar
das grandes conquistas e reconhecimento em varias áreas ainda é preciso existir
cada vez mais eventos como estes, que ilustrem que sua pele, seu cabelo, olhos
e vida precisam ser respeitados, que mais meios comuniquem e dialoguem com a miscigenação
brasileira para que a cultura afro seja valorizada como se deve, não podemos
continuar a conviver com crianças negras desejando ser loiras, ou adultos frustrados,
infelizes e com vergonha de assumir a cor e as raízes que tem, isto é desumano!
É preciso ter orgulho de ser o que é, e como disse Luther Kink “ Que as pessoas
possam não ser julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”(...).
Grazy
Nazario. MTB. 74588/SP.
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