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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Impossível





Esta semana algumas fatalidades marcaram o nosso país, uma semana que popularmente é esperada e festejada de varias formas foi também palco de tragédias imensuráveis, e inaceitáveis. O carnaval terminou, a festa, a alegria, o feriado nacional mais aguardado do ano chegou ao seu final, todos voltarão as suas atividades normais, sua batalha de cada dia, no entanto, infelizmente isso não acontece para todos da mesma forma.

Dentre algumas tragédias que aconteceram neste feriado não posso deixar de mencionar a morte fatal da pequena garotinha Grazielly, de apenas três anos, que durante uma tarde do sábado de carnaval foi atropelada por um Jet Ski, pilotado por um adolescente de 13 anos. Fatos como este causam comoção entre a população, afinal, de quem é a culpa¿ Dos pais, padrinhos, da teimosia rebelde do adolescente que não sabe ouvir um “não”, ou que talvez simplesmente não conhece limite pelos seus pais... É difícil responder a esta questão, afinal todos desejavam apenas se divertir, e no final do dia mais uma família foi mutilada, e agora deverá prosseguir sem sua pequena garotinha, além disso, também existirá os traumas à família do causador do acidente.

Dentre os maiores desafios da humanidade está a questão de como lidar com a morte, desde os antigos aos dias atuais esta é uma tarefa árdua e necessária. Coloco-me no lugar dessa mãe e tento fazer um exercício de viver sem uma presença de tamanha importância, um filho, que não são apenas uma extensão de nossa existência, mas uma razão para prosseguir com fé a longa caminhada da vida, nos ensina e nos direciona a cada dia ao que desejamos e precisamos para permanecer presente na crescente batalha da humanidade.

As grandes evoluções tecnológicas e descobertas extraordinárias presentes em diversos segmentos, pouco contribuem para uma causa como esta, afinal nada existente neste mundo é capaz de impedir o ciclo natural da vida, nada é capaz de interromper o seu processo natural de nascer, crescer e morrer, esta é a lei da vida. Fato cada vez mais difícil de ser aceito pelo ser humano, queremos sempre tudo ao nosso tempo, nossas vontades devem ser atendidas imediatamente, assim deixamos de viver o presente, o possível, o permissivo. O consumismo desenfreado move o ser humano ao uma conduta mesquinha, e muitas vezes desleal também, mas diante de situações assim temos certeza de que somos todos iguais, temos grandes chances de viver ou não determinados momentos, e seria maravilhoso se sempre fizéssemos assim. Hoje, para seus entes queridos é impossível reviver os momentos com a pequena Grazy, além de outras pessoas que por algum motivo não vive mais entre nós, pessoas que deixaram saudades, que cravaram a sua marca em nossas vidas, e que sem aviso prévio simplesmente se foram. É possível apenas aprendermos mais algumas lições da vida, entre elas respeitar as pessoas, aceitar e viver o amor em suas formas mais intensas, possíveis e verdadeiras, praticar o desapego cultivando sentimentos sublimes, como se cada dia fosse o ultimo, pois cada vez mais tenho certeza de que isto é a mais pura verdade.


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