De tempos e tempos a sociedade se
depara com novas doenças, inicialmente como surtos, logo se espalham até se
tornarem epidemias sociais. Assim como atos impensados ou apenas desmedidos que
desequilibram completamente qualquer estrutura social, colocam em xeque
conceitos morais e enfraquece o que conhecemos como base familiar.
A estrutura familiar a cada dia
mais frágil e sem referencias se desmancha gradativamente todos os dias, antes
vista como ponto de equilíbrio e símbolo de segurança, hoje não conhece
significados, perderam-se os valores de cuidados básicos e não estabelece
confiança. Claro que são inúmeros os motivos que consolidam este novo modelo
familiar, a começar pela doença mais severa chamada capitalismo e suas
subseqüentes idealizações como o egoísmo, machismo, descrença, entre outros.
A doença urbana não consiste apenas na
desmaterialização familiar, o maior de seus problemas está no que causa isto, e
nos danos individuais que vivemos e que se apresentam negativamente quando a
convivência se torna coletiva. Na verdade muitos nem percebem causas, doenças
ou sintomas, pois estão tão imersos nesta realidade que se abstraem e
permanecem repetindo os mesmos danos a si mesmo e nas pessoas ao seu redor.
E como não estranhar ou se
admirar com mortes trágicas e inexplicáveis que vão desde envenenamentos
coletivos, chacinas à execução por asfixia. Estamos cercados por valores
distorcidos de que dinheiro compra a liberdade e bons presentes garantem o amor.
Na realidade urbana e carente, as oportunidades caem do céu cheias de oportunidades
ilusórias, onde todos são de todos, mas ninguém é de ninguém, valores torpes se
misturam à atitudes cruéis, e o respeito, este tão esquecido e ignorado, apenas
inexiste, se distancia e torna-se em extinção na sociedade.
Muitos defendem a idéia do
apocalipse, explicam utilizando como provas as escrituras sagradas, outros
culpam o descaso com questões humanas devido ao capitalismo, alem de outras
tantas teorias voltadas à estudos psicológicos e causas geradas pelas
transformações sociais, e enquanto as teorias ganham números, a violência
gratuita cresce sem freio, sem remédio, sem cuidados.
Os direcionamentos morais são
distorcidos da pior forma possível, pais que deveriam cuidar e proteger mata
seus filhos por um motivo ou outro, em outros momentos os dependentes que
executam seus genitores. Talvez a falta de dinheiro seja a moeda da dignidade,
e a desobediência com conseqüências “mal vistas” seja o fio condutor da insanidade,
talvez falte tempo e instrução para pensar em si, e em algo diferente da
ditadura da felicidade idealizada pelas mídias em geral, a cura pode estar
dentro de cada um, quando se permite acreditar na própria essência, e no uso da
razão.
Na nova era filhos não respeitam
seus pais, e o dialogo tão pedido nas décadas anteriores chega na era
contemporânea como intolerância de ambas as partes, assim a população é
estimulada a considerar “normal” atrocidades contra o seu semelhante sendo de
seu sangue ou não, na verdade acredito na extinção do Amor a vida e ao próximo,
o DEUS contemporâneo se chama facebook ou twiter, são nestes lugares que se
curti, comenta ou compartilha algo, na vida real, a imitação das frases feitas
e felizes não cabem, e a ira do stress cotidiano explode em quem mais precisa
de cuidados, assim se perde a vida, e se conquista o medo.
Por: Grazy Nazario.
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